RAÇA DORPER & WHITE DORPER
Origem da Raça
A origem deste animal veio de diversos cruzamentos realizados na África do Sul, em 1930, com o objetivo de chegar a um ovino capaz de produzir, nas condições áridas e desérticas do país uma carcaça de qualidade elevada.
Foram utilizadas diversas raças: indígenas sem lã, raças de corte da Europa e Merinos, entre outras. O resultado veio do cruzamento entre o Dorset Horn e matrizes da raça Cabeça Negra da Pérsia, entre 1942 e 1946.
Já os dorpers de cor branca, os chamados White Dorper, têm na sua conformação, além das duas raças citadas, mais um tipo de cruzamento: Dorset Horn + Van Rooy, outra raça indígena.
Raça Dorper no Brasil
Esta raça se espalhou em todo mundo e um dos motivos é a alta adaptabilidade. Aqui no Brasil, por exemplo, pode ser criado de Norte a Sul.
Dados da ABC Dorper (Associação Brasileira de Criadores de Dorper) mostram que em números é a segunda maior raça da África do Sul e a maior em Namíbia. Com um rebanho significativo na Austrália e no Brasil.
Aqui no Brasil, a raça foi aceita em 1998 em um projeto do Dr. Mário Silveira, Secretário do Planejamento do Estado da Paraíba, intitulado como “Introdução de Genótipos de Ovinos da Raça Dorper no Estado da Paraíba”.
Lucas Heymeyer, responsável de vendas da Fazenda Campo Verde, ressalta que o criatório foi um dos primeiros a trazer a raça ao Brasil e uma das únicas que possui a classificação para DEP - Diferença Esperada na Progênie. Ele explica a Campo Verde começou a criar a raça em 2007, com cinco mil embriões importados da África do Sul.
Os dois tipos de Dorper foram escolhidos principalmente por causa da adaptabilidade ao nosso clima. Além disso, devido à sua composição física, o animal proporciona tanto a lã como pelo.
Saiba também
Algumas pessoas acreditam que o White Dorper, por causa da coloração do pelo, possui alguma deficiência de pigmentação. Entretanto, Heymeyer explica que até o momento não tem nenhum conhecimento de problemas relacionados.
Heymeyer também destaca que este ovino é um importante produtor de carne, com uma diferença de que o tipo white tem acabamento de carcaça mais precoce que o Dorper. Por exemplo, o Dorper White vai ao abate com 37 quilos, o Dorper é abatido com 40 quilos.
Destaque também para a conversão alimentar do animal, que produz mais carne mais rapidamente e com menor quantidade de alimento, que é pasto com algumasuplementação alimentar.
O rebanho é composto por 1 macho para cada 40 fêmeas e por ser um animal rústico não precisa de cuidados especiais.
Obstáculo no setor:
O maior obstáculo na ovinocultura é que falta um esquema de manejo pronto. Cada região depende de um manejo, ao contrário do que acontece em outras atividades, como a pecuária por exemplo. Tem poucos projetos feitos com um número expressivo de animais, reclama Heymeyer.
Dica do criador:
O criador que deseja iniciar com o Dorper deve primeiramente se informar, visitar pequenos, médio e grandes criatórios e analisar as condições de sua região.
Características do animal:
Veja abaixo as principais características citadas pela ABC Dorper:
Fertilidade
Animais de alta prolificidade e a seleção deve sempre ser realizada a partir de animais de fácil reprodução (fêmeas fáceis de emprenhar e cujas crias sejam preferencialmente de gêmeos ou até mais). As fêmeas ciclam o ano toda e já podem ser inseminadas ou cobertas entre 30 a 50 dias após parirem.
Qualidade de carne
Esta raça, em condições brasileiras, consegue proporcionar cordeiros com 35kg antes do desmame com 90 dias de vida, sendo criados exclusivamente a pasto com creep feeding (suplementação com concentrado).
Consegue-se ainda de 50 a 57% de rendimento de carcaça em animais puros e entre 48 e 52% de rendimento de carcaça em cruzados.
Adaptabilidade
Uma raça de manejo a pasto, produzindo carne e cordeiros em manejo de baixo custo.
Rusticidade
Desde as condições mais secas (áridas), passando por condições de frio intenso até as condições de muita chuva, o dorper é capaz de resistir, mantendo boa saúde, boa condição corporal e produzindo cordeiros e carne.
Utilização de pastagens nativas
Podem ser criados em pastagens de braquiárias ou pastagens nativas
Ótimas qualidades maternas
As ovelhas parem facilmente a pasto, cuidando muito bem de seus filhos, mesmo em partos duplos e triplos. A taxa de mortalidade do dorper é também muito baixa.
Excepcional libido dos carneiros
O reprodutor dorper possui excepcional libido e qualidade de sêmen, saltando facilmente e com baixo número de ovelhas falhas.
Qualidade da pele / couro
Possuem pele extremamente resistente e ao mesmo tempo macia, sendo utilizada na produção de luvas e vestuários de couro confortáveis e também utilizados como revestimento de banco de automóveis, entre outros.
RAÇA SANTA INÊS
Raça nordestina, oriunda do estado da Bahia, a raça Santa Inês é considerada como sendo resultante de cruzamentos, seguidos por períodos de seleção e evolução pela ausência de lã. Pelo estudo dos ovinos existentes na região, seria resultado da fusão dos patrimônios genéticos de forma alternada e desordenada das raças mais antigas no Nordeste: Morada Nova(variedades vermelhas e brancas), Bergamácia e em menor escala, a Somalis. Surgiram, a princípios dessa mestiçagem na Bahia, animais de pelagem vermelhas com o nome de "pelo de boi", oriundo de um rebanho Morada nova vermelho vindo do Ceará e introduzido pela Secretaria de Agricultura do Estado, em 1948. Posteriormente, em Alagoas, surgiram mestiços de pelagem branca com o nome "Santa Inês", os mestiços de pelagem preta e Chitada surgiram concomitantemente neste Estado, porém em menor escala e não recebiam nenhuma denominação especial.
Associação Brasileira de Criadores de Ovinos, no encontro realizado em 1977, em Fortaleza, visando estabelecer o "Registro Genealógico dos tipos de raças ovinas do Nordeste", resolveu eliminar, em parte, a confusão dos mestiços, englobando-os com a denominação de Santa Inês.
O padrão elaborado e aprovado, criou quatro tipos de pelagem, dando margem para qualquer mestiço ser enquadrado como pertencente à raça.
Características Genéticas:
Cabeça – Tamanho médio; ausência de chifres; focinho alongado; perfil semi convexo; narinas proeminentes com mucosas pigmentadas (exceção da variedade branca); boa separação de olhos. Olhos. Orelhas de tamanho médio, cobertas de pêlos, em formas de lanças, inserção firme e um pouco inclinada na direção do comprimento da cabeça.
Pescoço – Bem inserido no tronco, de tamanho regular, com ou sem brincos.
Dorso – Reto, podendo apresentar uma pequena depressão após a cernelha.
Garupa – Levemente inclinada, tendo apoio em quartos fortes e bem colocados.
Cauda – Comprimento médio, não passando das jarretes.
Membros – Com ossos vigorosos; cascos escuros ou brancos, de acordo com a cor das mucosas nasais e órbitas oculares.
Pelagem Branca – Totalmente branca, sendo permissível mucosas e cascos despigmentados, além de outros caracteres que denotem uma influência do Bergamácia.
Pelagem Vermelha – Bastante comum, pelagem totalmente vermelha e outras características que denotem a influência do Morada Nova.
Pelagem Preta – Totalmente pretas e outras características que denotem um pequena influência do Somalis.
Pelagem Chitada – Caracteriza-se por uma pelagem branca com manchas pretas e/ou marrons, por todo corpo.
Características Produtivas:
Os Cordeiros pesam cerca de 4,9 Kg ao nascerem, alcançando 23,0 Kg aos 112 dias de vida. A mortalidade é de aproximadamente 32% por nascimento.
As Ovelhas, sob condições de campo, atingem 40 – 50 Kg. Em regime de confinamento, já registrou-se fêmeas com mais de 90 Kg. Explorada em regime de confinamento ou semi-confinamento, as ovelhas tem uma profilacidade de 130% e fertilidade de 84%, podendo ser acasaladas entre 8 e 12 meses, quando ela ultrapassa os 30 Kg de peso. Têm uma excelente capacidade leiteira, concorrendo para isto, os aprumos corretos e boa inserção de úbere. Ela amamenta bem os cordeiros, mesmo em partos gemelares, o que permite altos índice de crescimento dos cordeiros.
Reprodução:
Os ovinos desta raça, devido alcançarem alto desenvolvimento ponderal vêm apresentando grande expansão populacional. A prolificidade situa-se em torno de 1,30 e a fertilidade em 84%.
Finalização:
É uma raça de grande porte, que devido a sua boa produção leiteira permite criar facilmente os cordeiros nascidos de partos múltiplos. Raça em Expansão, está presente em todo o Nordeste e alguns estados do sudoeste do Brasil.
Devido ao seu grande porte, a raça Santa Inês é apreciada por sua boa conformação cárnica que confere aos cordeiros resultantes de cruzamentos ou puros, assim como por sua qualidade de cria das fêmeas puras.
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